sábado, 4 de setembro de 2010

Vivi; pois Deus me guardava
Para este lugar e hora!
Depois de tanto, senhora,
Ver-te e falar-te outra vez;
Rever-me em teu rosto amigo,
Pensar em quanto hei perdido,
E este pranto dolorido
Deixar correr a teus pés.

Pensar eu que o teu destino
Ligado ao meu, outro fora,
Pensar que te vejo agora,
Por culpa minha, infeliz;
Pensar que a tua ventura
Deus ab eterno a fizera,
No meu caminho a pusera...
E eu! eu fui que a não quis!
XV
És doutro agora, e pr'a sempre!
Eu a mísero desterro
Volto, chorando o meu erro,
Quase descrendo dos céus!
Dói-te de mim, pois me encontras
Em tanta miséria posto,
Que a expressão deste desgosto
Será um crime ante Deus!


és d'outra agora e para sempre essa é a frase certa para o ínicio deste texto, me doí saber que não te tenho, que não sei de ti nada além do que minha imaginação cria, e o pior que eu que deveria ser tua agora e para sempre...o ideal perfeito de amor se descreve nos livros como fora do alcance , impossível, e mesmo assim eu sei que ele existiu em minha vida, e eu, e fui quem não quis, por motivos diversos, por falta de maturidade, por medo e tudos os sentimentos existentes em uma adolescente de 16 anos, mas como diz Gonçalves Dias:
Dói-te de mim, que t'imploro
Perdão, a teus pés curvado;
Perdão!... de não ter ousado
Viver contente e feliz!
Perdão da minha miséria,
Da dor que me rala o peito,
E se do mal que te hei feito,
Também do mal que me fiz!